Rio de Janeiro, 15 de agosto, 2011.
Prezad@s colegas,
há dois anos, coordenamos um Curso de pós-graduação lato sensu, à distância, sobre gestão e políticas em segurança pública, na Universidade Estácio de Sá. Tem sido uma experiência interessante, graças à interação com vários colegas encarregados de oferecer disciplinas específicas e também à interlocução com os estudantes das mais diversas regiões do Brasil e das mais diferentes inscrições institucionais, acadêmicas e profissionais. O curso vem sendo aprimorado, a cada trimestre, pelas contribuições de colegas, alunos e parceiros distintos, ao longo desse tempo, assim como por nossa própria reflexão sobre resultados obtidos, obstáculos encontrados e conquistas alcançadas.
Aqueles que dedicam a vida ao ensino sabemos que o processo docente implica sempre um aprendizado. Nesse caso, extraímos três principais ensinamentos:
(1) menos pode ser mais. Em outras palavras: vale a pena simplificar, reduzir o espectro de abrangência reflexiva e concentrar os esforços, porque a ambição de prover aos alunos um número muito grande de informações pode prejudicar seu aproveitamento e afastá-los das atividades acadêmicas, até mesmo pela inviabilidade de compatibilizar sua absorção, que exige tempo demasiado, com o exercício cotidiano de suas profissões.
(2) A interlocução inter ou transdisciplinar é imprescindível e deve ser valorizada, e os estudos sobre segurança pública se enriquecem quando realizados em diálogo com as questões atinentes à política criminal e, mais amplamente, à Justiça criminal. O aprofundamento de pesquisas e estudos na área da segurança pública conduz, naturalmente, ao domínio contíguo da Justiça criminal e das políticas criminais, tornando convenientes os tratamentos que articulem essas esferas.
(3) A convivência acadêmica, mesmo virtual, com profissionais que não trabalham na área da segurança é muito estimulante para esses especialistas. Por outro lado, para aqueles formados na área da Justiça, a interação com profissionais da segurança é bastante útil. Além disso, aqueles interessados em segurança e Justiça criminal, mas que atuam em outras áreas beneficiam-se desse ambiente plural.
A consequência dessas considerações sobre nossa experiência traduz-se na adaptação a que submetemos nosso curso, agora mais realista na administração dos conteúdos, mais incisivamente interdisciplinar e mais atento à problemática da Justiça criminal, das políticas criminais, assim como mais aberto a profissionais oriundos de outras áreas vinculadas à criminologia (técnicos do Poder Judiciário, do Ministério Público, da Defensoria Pública, do Sistema Socioeducativo, do Sistema Penitenciário e das organizações da sociedade civil voltadas para a prevenção da violência e a promoção dos direitos humanos).
No mês de setembro próximo (2011), inicia-se novo ciclo, com novo recrutamento e o início das aulas de acordo com o novo modelo acadêmico e com os novos procedimentos didáticos. Por isso, aproveito a oportunidade para compartilhar essas informações sobre nosso curso e sua evolução.
Agradeço desde já sua atenção e sua generosa disposição de dividi-las com seus alunos, colegas e interlocutores, em suas diversas redes pessoais e profissionais.
Os dados relativos ao curso, com todos os detalhes pertinentes, estão acessíveis em:
Cumprimentos cordiais,
Luiz Eduardo Soares e Katia de Mello Santos